Instituição de ensino:

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Marcos Carra

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2008

Link:

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/14390/000654954.pdf?sequence=1

Resumo:

 Em 9 de fevereiro de 1999 foi inaugurado um gasoduto que unia os campos produtores de gás natural da Bolívia ao mercado consumidor do Brasil. Materializava-se assim um antigo desejo de aproveitamento dos hidrocarbonetos bolivianos por parte dos brasileiros. O primeiro plano expresso neste sentido fora o Tratado de Roboré, assinado em 25 de novembro de 1938 que, por motivo vários, não saiu do papel. Caberia o mesmo destino às outras seis propostas para o aproveitamento dos hidrocarbonetos boliviano (apresentadas em 1958, 1965, 1973, 1978, 1984 e 1988). Entretanto, durante as décadas de 1980 e 1990, a Bolívia e o Brasil sofreram uma série de transformações econômicas e políticas que levaram ambos os países a se interessar e desta vez consubstanciar a construção do gasoduto. No mesmo período a Petrobrás passava por um processo de reestruturação que visava, entre outras coisas, aumentar sua presença no cenário internacional. Com esta perspectiva a estatal brasileira começara a operar na Bolívia em 25 de novembro de 1995 e, posteriormente, caber-lhe-ia o encargo de construir e de explorar, produzir e exportar o gás natural da Bolívia para o Brasil, porque os bolivianos e brasileiros inquietavam-se com a perspectiva de que as EMNs assumissem o controle da empreitada e porque a YPFB, a estatal petrolífera boliviana, não tinha as mínimas condições financeiras e tecnológicas para conduzir o projeto. Daí em diante a Petrobrás envolveu-se em quase todas as atividades relativas aos hidrocarbonetos na Bolívia, porém, a nacionalização do setor de hidrocarbonetos decretada pelo presidente boliviano Evo Morales em 1 de maio de 2006 gerou uma séria tensão entre este país e o Brasil. Surgiram desentendimentos por conta das incertezas referentes ao destino a ser dado pelos investimentos realizados pela estatal no país e do destino do gás natural, insumo que assume crescente importância na matriz energética brasileira. O corre, entretanto, que a despeito dos desentendimentos, a Petrobrás, que foi a empresa mais atingida pela nacionalização, não se retirou da Bolívia. Com base neste fato, o esforço feito nesta dissertação é no sentido de compreender quais teriam sido os principais interesses econômicos e políticos de Bolívia e Brasil que teriam impedido a Petrobrás de se retirar daquele país.

Orientador:

Marco Aurelio Chaves Cepik

Palavras-chave:

Bolívia; Brasil; Gás natural

Petroleo; Petrobrás