Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Bruno Hendler

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2012

Link:

 http://repositorio.unb.br/handle/10482/11967

Resumo:

 A relação entre poderes ascendentes e declinantes em períodos de turbulência global é um objeto de extrema relevância para o progresso do conhecimento nas ciências sociais. Utilizando o método de divisão temporal proposto pela Escola de Annales – tempo estrutural, conjuntural e factual – a hipótese do presente trabalho está dividida em dois objetivos a serem atingidos: a) demonstrar que os custos da Guerra ao Terror aceleraram o processo conjuntural de declínio da hegemonia dos EUA; e b) a partir dos custos e danos causados pela Guerra ao Terror à economia norte-americana, avaliar de que forma e em que grau a China, cuja expansão material esteve (e está) associada à economia dos EUA, obteve ganhos relativos em termos de vulnerabilidade a este país. Para tanto, o primeiro capítulo é dedicado ao debate teórico que versa sobre as estruturas de longa duração do sistema-mundo moderno, sobre o conceito de hegemonia mundial e sobre o modelo dos ciclos sistêmicos de acumulação de Giovanni Arrighi. O segundo e terceiro capítulos são complementares e têm como objetivo embasar as variáveis ndependentes, de caráter conjuntural, da pesquisa. A primeira variável independente refere-se à expansão financeira centrada nos EUA, iniciada nos anos 1970 e que aconteceria com ou sem a eleição de George W. Bush ou a Guerra ao Terror. Com isso, busca-se caracterizar os EUA como uma típica hegemonia em declínio do sistema-mundo moderno. A outra variável independente dá base ao terceiro capítulo e busca caracterizar a China como o poder emergente cujo desenvolvimento econômico (ou expansão material) se dá de forma associada à hegemonia dos EUA. Também deixa-se claro que esse processo é independente dos eventos ligados à eleição de Bush ou à Guerra ao Terror. No quarto capítulo coloca-se em perspectiva conjuntural a hipótese secundária e a principal, ou seja, pretende-se demonstrar que os custos da Guerra ao Terror aceleraram o processo de declínio hegemônico dos EUA e, por conseguinte, representaram ganhos relativos para a China em termos de vulnerabilidades mútuas. Em suma, pretende-se confirmar parcialmente a hipótese de que a China é a vencedora indireta da Guerra ao Terror, pois ao invés da inversão total de vulnerabilidades entre hegemonia e emergente, criou-se uma relação de dependência mútua em termos equilibrados em que a China reduziu sim as assimetrias em relação aos EUA mas ainda apresenta uma série de vulnerabilidades a este país.

Orientador:

Pio Penna Filho

Palavras-chave:

Sistema-Mundo Moderno; Interdependência; Ciclos Sistêmicos de Acumulação; Ciclos Hegemônicos; Estados Unidos; China; Guerra ao Terror