Instituição de ensino:

Universidade de Brasília (UnB)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Ronaldo Alexandre do Amaral e Silva

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2006

Link:

 http://repositorio.unb.br/handle/10482/2363

Resumo:

 Esta dissertação analisa o processo de reaproximação política do Brasil e do Paraguai que teve lugar no perí­odo de 1954 a 1973. Defende-se que esses anos podem ser considerados marcos fundamentais para o relacionamento bilateral: em 1954, o general Alfredo Stroessner ascende ao poder no Paraguai e instaura uma ditadura baseada no tripé Governo - Forças Armadas - Partido Colorado; em 1973, é firmado o Tratado de Itaipu, que, ao viabilizar juridicamente a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, converteu em resultados práticos os entendimentos a respeito do aproveitamento compartilhado por Brasil e Paraguai do potencial hidrelétrico do rio Paraná. O objetivo deste trabalho é buscar compreender como a conjugação de alguns elementos contribuiu para a reconstrução do relacionamento bilateral brasileiro-paraguaio a partir de 1954, após décadas de afastamento desde a Guerra da Trí­plice Aliança. Para isso, a pesquisa lança mão de ferramentas teóricas oriundas da geopolí­tica e da concepção do homem de Estado - duas disciplinas completamente distintas, mas que se mostraram atuantes e pertinentes para o estudo em tela. Após as considerações de ordem teórica, são mostradas variáveis essenciais dos antecedentes do relacionamento bilateral: o pós-Guerra da Trí­plice Aliança, a formação dos partidos polí­ticos no Paraguai, além de breve biografia de Stroessner. Em seguida, o trabalho discute essa reaproximação em termos de realização de obras de infra-estrutura no Paraguai com a ajuda do Brasil, no momento no qual predominavam as relações bilaterais. Defende-se que o Paraguai pretendia beneficiar-se das polí­ticas brasileiras sem, contudo, abandonar sua polí­tica pendular com a Argentina. O Brasil, por sua vez, tinha objetivos de expansão de sua área de influência geopolítica na região do Prata. No momento seguinte, cuja marca foram as relações regionais, a posse da região de Sete Quedas transformou-se em uma questão conflituosa e exigiu negociações mais intensas, e, nesse contexto, a Argentina logrou obrigar Brasil e Paraguai a discutirem os temas da bacia com todos os demais ribeirinhos. Apesar disso, o Paraguai, ao alcançar entendimentos com o Brasil nesse ponto, optou definitivamente por entrar na esfera de influência geopolí­tica brasileira. Nesse contexto, a assinatura do Tratado de Itaipu em 1973 concretizou em um projeto binacional eqüitativo e estratégico a reaproximação iniciada a partir da ascensão de Stroessner, em 1954.

Orientador:

Albene Miriam Ferreira de Menezes

Palavras-chave:

Brasil; Paraguai; Stroessner; Itaipu; Usinas hidrelétricas