Instituição de ensino: |
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) |
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Programa: |
Relações Internacionais |
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Autor: |
Erwin Padua Xavier |
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Titulação: |
Mestrado |
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Ano de defesa: |
2006 |
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Link |
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Resumo: |
Essa dissertação tem por tema mais amplo o processo de construção das organizações políticas chamadas de Estados. A problemática mais específica sobre a qual ele se debruça, por outro lado, é a da relação entre construção do Estado, comunidade política e segurança, tendo como estudo de caso o processo de construção do Estado uzbeque na Ásia Central pós- soviética. O argumento fundamental do trabalho é o de que cada vez que Estados empreendem atos de securitização - isto é, identificam ameaças existenciais e agem para combatê-las, sejam elas eminentemente internas ou externas - eles estão demarcando os contornos de sua comunidade política ao excluírem certos grupos do vínculo político com o Estado, do que decorre um processo de construção do Estado, ou seja, das instituições políticas estatais. No estudo de caso dos processos de securitização na República do Uzbequistão, exploramos a identificação discursiva e as ações para lidar com a ameaça do neoimperialismo russo, a qual engendrou certos padrões de alinhamentos internacionais e um certo repúdio da herança lingüística e cultural russa internamente, o que resultou na instalação de um processo, mesmo que ainda incipiente, de nacionalização étnica do Estado. Em fins da década de 90, contudo, a percepção dessa ameaça foi sendo suplantada pela identificação da politização do Islã (do Islã político) como a maior ameaça à existência do Estado uzbeque, a qual tem produzido severa repressão a qualquer manifestação religiosa - islâmica, em particular - no país e a oposição de grupos islâmicos radicalizados, em grande medida, por tal repressão. O efeito crucial desse processo foi a construção de um Estado laico, ou seja, de práticas e instituições que não permitem a participação de idéias e representantes religiosos na política. |
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Orientador: |
Nizar Messari |
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Palavras-chave: |
Comunidade política; Construtivismo; Escola de Copenhague; Securitização; Segurança |