Instituição de ensino:

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Programa:

Relações Internacionais

Autor:

Paula Drumond Rangel Campos

Titulação:

Mestrado

Ano de defesa:

2010

Link:

http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/16933/16933_1.PDF

Resumo:

 A dissertação discute a relação entre as identidades, a construção social de gênero e a perpetração da violência no contexto dos genocídios. O objetivo central é apontar como ocorre a inserção das violências contra o gênero nessas dinâmicas, tendo como foco os crimes atualmente perpetrados em Darfur (Sudão). Argumenta-se que a construção social de gênero atua constitutivamente nos padrões de atuação do perpetrador durante os genocídios, informando suas percepções e condutas. A pesquisa evidencia, portanto, como os genocidas constroem a imagem do inimigo, que se soma aos papéis e expectativas baseados em construções de gênero, para autorizar diferentes padrões de perpetração como a violência sexual e os massacres seletivos. Nesse sentido, são relevantes as contribuições da literatura de gênero e genocídio de autores como Adam Jones e Charli Carpenter. Ao apontar como o genocídio depende da construção de uma alteridade radical, o trabalho também utiliza o arcabouço teórico proporcionado pelos trabalhos de Lene Hansen e David Campbell para contemplar a mudança nas identidades e a autorização da violência de acordo com o contexto político. A partir disso, é analisado como as identidades de gênero se articulam com a identidade do outro durante os genocídios. Em suma, a pesquisa destaca a necessidade de analisar o uso da violência contra o gênero nas dinâmicas de genocídio de maneira mais abrangente do que a realizada pela(s) teoria(s) feminista(s), revelando como o gênero pode representar um fator de insegurança tanto para mulheres quanto para homens nesses cenários.

Orientador:

João Franklin Abelardo Pontes Nogueira

Palavras-chave:

Gênero; Genocídio; Identidade; Segurança internacional; Sudão; Violência