Instituição de ensino: |
Universidade de Brasília (UnB) |
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Programa: |
Estudos Comparados sobre as Américas (Ceppac) |
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Autor: |
Camilo Negri |
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Titulação: |
Mestrado |
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Ano de defesa: |
2005 |
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Link: |
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Resumo: |
A democracia liberal latino-americana, compreendida pelo conjunto de seus procedimentos – perspectiva denominada por Bobbio (2000, 2001) como restrita – não garantiu a consolidação de propostas de governo de esquerda. Essa concepção teórica considera a consecução de algumas regras o suficiente para garantir os fundamentos da democracia (Dahl, 1987, 2001). A conclusão apresentada é fruto da comparação entre dois conjuntos de programas eleitorais, o de Luís Inácio Lula da Silva e o de Salvador Allende. O primeiro, eleito Presidente do Brasil em 2002, apresenta programas de governo em 1989, 1994, 1998 e 2002, sendo que a comparação das propostas econômicas de 1989 e 2002 permitiu compreender que as propostas de esquerda são abandonadas e a perspectiva que funda o programa se altera profundamente em prol da vitória eleitoral. O segundo, eleito Presidente do Chile em 1970, apresenta programas de governo em 1952, 1958, 1964 e 1970, sendo que a comparação entre as propostas econômicas de 1952 e 1970 mostra a consolidação da concepção de esquerda dentro do programa. Contudo, Salvador Allende é destituído de seu posto pelo golpe militar de 1973 e assim, não consegue consolidar a via chilena ao socialismo, conjunto de medidas expressas em seu programa. Os dois casos estudados tiveram, apesar das diferenças, um mesmo problema – a não consolidação de propostas de esquerda – o que indicou um mesmo elemento analítico: a democracia. Essa se mostrou insuficiente para garantir a consolidação de propostas de esquerda na América Latina, o que impele a problematização da relação entre economia (capitalismo) e política (democracia) pela utilização de conceitos como o de Hegemonia de Gramsci. Palavras-Chave: Esquerda, Democracia, Programas de Governo, Luís Inácio Lula da Silva, Salvador Allende. |
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Orientador: |
Henrique Carlos de Oliveira de Castro |
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Palavras-chave: |
Esquerda; Democracia; Brasil; Chile |